A arrecadação federal registrou um novo recorde em julho, com um total de R$ 231,04 bilhões, conforme divulgado nesta quinta-feira (22) pela Receita Federal. Esse valor representa um crescimento real de 9,55%, ajustado pela inflação, em relação ao mesmo mês do ano passado. É também o maior valor arrecadado no acumulado de janeiro a julho, totalizando R$ 1,53 trilhão, um aumento real de 9,15% no período.

De acordo com a Receita Federal, a arrecadação de receitas administradas pelo órgão em julho foi de R$ 214,79 bilhões, refletindo um crescimento real de 9,85%. No acumulado de 2024, a arrecadação alcançou R$ 1,45 trilhão, com uma alta real de 9,07%.

Esse desempenho positivo foi impulsionado por variáveis macroeconômicas favoráveis, incluindo o aumento da atividade produtiva e ajustes nas regras de tributação, como a reoneração do PIS/Cofins sobre combustíveis e a atualização de bens e direitos no exterior. A arrecadação também se beneficiou de receitas extraordinárias, como o aumento na tributação sobre fundos exclusivos.

No entanto, o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, que afetaram 478 dos 497 municípios do estado, resultou em uma perda estimada de R$ 7,3 bilhões em arrecadação devido ao diferimento de tributos. Em julho, a prorrogação de prazos para o recolhimento de impostos gerou uma receita extra de R$ 700 milhões.

Outros fatores relevantes incluíram uma arrecadação adicional de R$ 270 milhões do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) devido a mudanças na tributação de fundos de investimento e a regularização de ativos no exterior, que contribuiu com R$ 7,49 bilhões para o Imposto de Renda Pessoa Física.

A arrecadação de PIS/Pasep e Cofins também teve destaque, com um aumento real de 22,04% em julho, totalizando R$ 45,26 bilhões. No acumulado do ano, esses tributos somaram R$ 302,46 bilhões, impulsionados pela reoneração dos combustíveis e pelo crescimento na venda de bens e serviços.

Além disso, a arrecadação de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) cresceu 6,2% em julho, totalizando R$ 52,15 bilhões. A Receita Previdenciária registrou um aumento real de 6,04% em julho, alcançando R$ 53,559 bilhões, refletindo a alta na massa salarial e a postergação de pagamentos em municípios afetados por desastres.

Os indicadores macroeconômicos também foram positivos, com crescimento na venda de bens e serviços e aumento na produção industrial, fatores que contribuíram para o desempenho robusto da arrecadação.

Os dados completos estão disponíveis no site da Receita Federal.